Seu pai era um médico famoso
e bem conceituado na região. Contudo, quando o pequeno João de Fidanza teve uma
enfermidade grave, o pai não conseguiu curá-lo. A cura aconteceu quando o pai,
a mãe e familiares a pediram pela intercessão de São Francisco. Esta cura foi
como um sinal profético, pois, o pequeno João, no futuro, viria a ser um grande
reformador dos franciscanos.
Aos vinte anos, João de
Fidanza entrou no convento dos franciscanos. Apenas dois anos depois ele vestia
o hábito, adotando o nome de Boaventura. Como seus dotes de inteligência e
cultura logo afloraram dentro da ordem, ele foi designado para estudar filosofia
e teologia na famosa Universidade de Paris. Mais tarde, em 1253, na mesma
universidade, foi nomeado professor catedrático nas duas matérias. Sua
sabedoria na condução de assuntos difíceis também se destacou.
São Boaventura tornou-se
amigo e companheiro de Santo Tomás de Aquino, outro grande nome da
intelectualidade católica e também Doutor da Igreja. Esta amizade foi frutuosa
para os dois santos e para a Igreja pois, dela, nasceram grandes obras
literárias e espirituais que definiram rumos na Igreja pelos séculos vindouros.
São Boaventura viu que a
Ordem dos Franciscanos era como que uma miniatura da Igreja, porque as duas se
originaram a partir de homens humildes e simples. Somente mais tarde é que os
nobres e intelectuais se juntaram a elas. Por isso, São Boaventura defendeu
fortemente os franciscanos e as chamadas “Ordens Mendicantes” (muito combatidas
pelas ordens seculares). As mendicantes, dizia, representavam as origens da
Igreja e isso tinha que ser preservado, mesmo que estas ordens já estivessem
presentes nas grandes cidades e universidades da Europa. A origem tinha que ser
preservada.
São Boaventura ficou famoso
como orador e teólogo quando começou a defender as Ordens Mendicantes. Mais
tarde, em 1257, o Papa Alexandre IV nomeou-o Superior Geral dos Franciscanos,
função que ele exerceu durante dezoito anos. O exercício desta função foi tão
inspirado que São Boaventura passou a ser chamado de “Segundo Pai” e “Segundo
Fundador” da Ordem Franciscana. Com efeito, ele conseguiu unir de maneira
maravilhosa as correntes antigas e novas dentro da Ordem, dando a ela um novo
impulso.
Baseado em Santo Agostinho e
Platão, São Boaventura escreveu suas obras teológicas em onze volumes,
procurando sempre dar fundamentação racional às grandes verdades de fé. Além de
superior geral dos franciscanos e de escritor renomado, São Boaventura recebeu
a nomeação de bispo e cardeal por meio do Papa Gregório X. Nesse cargo, ele
assumiu a responsabilidade de organizar e liderar o Concílio de Lyon.
São Boaventura teve papel
decisivo no Concílio de Lyon, no ano 1274. Ele conseguiu reconciliar as ordens
mendicantes e o clero secular, que a essa altura, ainda viviam em contendas.
Este foi um dos grandes legados de São Boaventura para a Igreja. Depois disso,
talvez sentindo que sua missão neste mundo estava cumprida, ele veio a falecer,
estando ainda na cidade de Lyon. Na ocasião, foi atendido diretamente pelo
Papa, que o estimava bastante. Era o dia 15 de julho de 1274. São Boaventura
foi canonizado no ano 1482, quando recebeu o título de Doutor da Igreja por
causa de suas obras.
Oração
a São Boaventura
“Ó bondoso São Boaventura,
por uma especial graça de Deus, fostes escolhidos para ser zeloso doutor
e pastor da Igreja de Jesus Cristo. Vós sois agradáveis diante de Deus,
pela missão de pastor, honrastes e defendestes a Igreja de Jesus, pelo encargo
confiado de preparar o segundo concílio de Lyon. Pelo crédito que gozam vossas
orações junto de Jesus e Maria, encontrastes no vosso trabalho a expressão
generoso da caridade, em favor do bem comum. Soubestes ensinar e vivenciar a
caridade, como fundamento da doutrina de Jesus Cristo. Por isso, Deus vos abençoou.
Por isso, lembrados de vossas virtudes, vos pedimos que nos alcanceis de
Jesus, o Filho de Deus, viveremos unidos a Ele, pela vida em família, no
testemunho de vosso trabalho e pela esperança cristã que os vossos sofrimentos
cristãmente assumidos, sejam para nós a garantia da ressurreição. Deus honra,
glória e louvor. Amém!”
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