São Bruno foi um nobre alemão e sacerdote famoso. Porém, ao se deparar com uma realidade sobrenatural, desistiu da fama e fundou uma das Ordens Monásticas mais austeras da Igreja.
A este santo se deve a fundação
de uma das Ordens religiosas mais importantes e mais humildes que prestam
austeridade e reconhecimento a Deus. A ordem de Cartuxa da Torre (a Ordem dos
Cartusianos).
Bruno nasceu na cidade de
Colônia, Alemanha, no ano 1030. Nasceu em berço nobre. Ainda muito jovem foi
enviado para fazer seus estudos em Reims e Paris, na França. Destacou-se
nos estudos por causa de sua inteligência brilhante. Tornou-se especialista em
humanidades, línguas, direito e outras matérias. E, me meio ao mundo
universitário, sentiu-se chamado para o sacerdócio.
Quando terminou os estudos, o
jovem Bruno voltou para a sua terra natal na Alemanha. Confirmando sua vocação,
entrou para o Colegiado de São Cuniberto, onde foi ordenado padre.
Alguns anos mais tarde, o Padre
Bruno voltou à cidade de Reims para dar aulas de teologia. Passou algum tempo
em Reims e depois foi lecionar teologia em Paris. Estando na França, foi certa
vez uma cidade chamada Sena. Ali, um fato mudaria radicalmente o rumo de sua
vida. Padre Bruno foi celebrar as exéquias, ou seja, foi fazer a encomendação
de um defunto. Quando foram enterrar o morto, padre Bruno ouviu a voz do
cadáver por três vezes, sendo que, no final, o morto disse: "Por justo
juízo de Deus fui condenado". Presenciar este fato e ouvir estas
palavras mexeram profundamente com a vida do padre Bruno. Depois disso ele
abandonou totalmente o luxo que os padres tinham na época e entregou sua vida a
Deus, com o desejo de viver na contemplação, na caridade para com o próximo, na
oração, no silêncio e nos exercícios espirituais.
Os amigos do Padre Bruno, vendo a
radicalidade de sua conversão, sentiram-se também chamados a viverem mais
radicalmente o Evangelho. Então eles se reuniram, repartiram tudo o que tinham
com os pobres e ingressaram na Abadia Beneditina de Solesmes. Ali viveram a
vida monástica por algum tempo seguindo a regra de São Bento.
O Padre Bruno, porém, sentia
necessidade de uma vida mais austera. A experiência que tivera rezando por
aquele defunto o fez enxergar que tudo nesta vida é passageiro e que devemos
fazer todo esforço possível para alcançarmos a verdadeira vida na presença de
Deus. Por isso, ele e mais 6 companheiros retiraram-se para uma região rochosa
no alto de uma serra chamada Cartuxa. Esses montes ficavam no centro de um
deserto que fazia parte da Diocese de Grenoble, também na França.
Na noite anterior à chegada do
Padre Bruno e seus companheiros, o bispo de Grenoble teve um sonho: ele viu
sete estrelas descerem do céu sobre aquela região desértica. Foi no ano de
1084. Neste ano, São Bruno e seus companheiros assumiram aquele lugar como um
presente de Deus. Ali, ergueram barracos bem simples feitos de madeira e uma
capelinha dedicada a Nossa Senhora. Quando terminaram de construir a capelinha
e de dedicá-la à Virgem Maria, jorrou da terra um jato de água que se
transformou numa fonte fornecedora de água e vida para aqueles monges solitários.
Assim nasceu a famosa Ordem
Cartuxa. São bruno e seus companheiros escolheram viver uma vida bastante
rigorosa. Alimentavam-se apenas de dois em dois dias. Dormiam menos e viviam
sob muita disciplina. Vestiam roupas brancas e ásperas e dedicavam suas vidas à
oração, ao trabalho e à caridade fraterna. Um abade, superior da comunidade
Monástica de Cluny, conheceu a vida de São Bruno e seus companheiros e a
descreveu assim:
"... São os mais pobres
entre os monges e habitam cada um uma cela com seu tosco habito de penitencia e
quase só comem pão. Não comem carne, nem pescado. Aos domingos e as quintas
comem ovos e queijo. As segundas e sábados ervas e nos outros dias água e pão.
Só comem uma vez ao dia, exceto nos dias de festa quando não comem e guardam
estrito silencio, se comunicando através de sinais."
Depois de alguns anos vivendo no
deserto, vários discípulos juntaram-se a São Bruno e seus companheiros. Eles
também buscavam uma vida austera, de oração e contemplação. Padre Bruno
sentia-se feliz na vida que levava. Porém, o Papa Urbano II, que conhecia o
Padre Bruno e sabia de suas qualidades, pois tinha sido seu professor na cidade
de Reims, chamou-o para ser seu colaborador em Roma. Padre Bruno aceitou por
obediência, vendo nisso um chamado de Deus.
Alguns discípulos seguiram o
Padre Bruno. Em Roma, ele foi nomeado pelo Papa como Arcebispo de Reggio. Em
seu coração, porém, a vontade era de voltar à vida na Cartuxa e ao
silencio. Depois de alguns anos, tendo prestado grandes serviços à Igreja
no tocante à instrução dos clérigos e à assessoria direta ao Papa, obteve
licença do Papa para voltar à solidão monástica, ao silêncio e à contemplação.
O Papa permitiu que Dom Bruno
voltasse à vida monástica, porém, dentro da Itália, para que, quando fosse
preciso, pudesse encontra-lo com facilidade. Assim, Dom Bruno foi para a
Calábria. Lá, ele fundou, acompanhado de seus amigos que o tinham seguido até
Roma, o Mosteiro de Santa Maria del Yermo. Sua nova fundação também passou a
ser conhecida como Odem Cartuxa da Torre.
Na Calábria, a Ordem recém
fundada por Dom Bruno floresceu. Logo foi preciso construir outro mosteiro.
Este, construído em Bosco, recebeu o nome de Santo Estéfano. O povo, tendo
descoberto a presença de Dom Bruno e sabendo de sua fama de santidade, passou a
procura-lo para pedir aconselhamento, auxílio, orações. Assim, muitos foram
curados pelas bênçãos e orações de São Bruno. Seu renome chegou a vários cantos
da Europa, espalhando-se pela Itália, Alemanha e França.
São Bruno faleceu no dia 6 de
outubro do ano 1101. Multidões foram se despedir dele e pedir sua intercessão,
tendo a certeza de que ele já estava na glória de Deus. E muitas graças
aconteceram. Após sua morte, ele se tornou o padroeiro da cidade de Colônia, na
Alemanha.
A festa de São Bruno passou a ser
celebrada no dia de sua passagem para o céu, em 6 de outubro.
Oração a São Bruno
“Onipotente e Eterno Deus, que
concedestes a graça da fidelidade a São Bruno, fundador da Ordem dos Cartuxos,
através do silêncio e da contemplação, concedei-nos também a nós sermos bem
firmes na fé pela contemplação de vossas maravilhas. SÃO BRUNO, ROGAI POR NÓS.”
Fonte: Cruz Terra Santa
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