Os escravos negros que chegavam em enormes navios negreiros ao porto de Cartagena, na Colômbia, eram recepcionados e aliviados de suas dores e sofrimentos por um missionário que, além de alimento, vinho e tabaco, oferecia palavras de fé para aquecer seus corações e dar-lhes esperança. Para quem vivia com corrente nos pés e sob o açoite dos feitores, a esperança vinha de Nosso Senhor. Esse missionário era Pedro de Claver. O Papa Leão XIII, ao canonizar São Pedro Claver, declarou: “Pedro Claver é o santo que mais me impressionou depois da vida de Cristo”.
Nasceu em Verdú, na
Catalunha (Espanha), em 1580. Desejando os piedosos pais consagrar o filho ao
serviço do altar, enviaram Pedro à Salsona para estudar os primeiros elementos
da gramática. Com 15 anos, o Bispo de Salsona conferiu-lhe a primeira tonsura
e, aos 21 anos, entrou na Companhia de Jesus em Barcelona. Pedro era
devotíssimo da Virgem Maria e um profundo adorador de Jesus Eucarístico. Após
os estudos, Pedro foi ordenado sacerdote e enviado como missionário à
Cartagena, porto da Colômbia, onde viveu seu apostolado entre os escravos por
mais de quarenta anos.
Em Cartagena, Pedro Claver
estava diante de um dos três portos negreiros da América Espanhola, onde, a
cada ano, chegavam de 12 a 14 navios carregados de escravos.
Os escravos trazidos ou
“roubados” da África ficavam durante a viagem nos porões escuros do navio, que
não tinham condições para abrigar seres humanos. Eram tratados com menos
cuidado do que os animais selvagens, e por fim os que não morriam, eram
vendidos.
Sem dúvida, o mercado dos
escravos foi a página mais vergonhosa da colonização das Américas. Muitos
missionários levantaram a voz contra esta desumanidade, mas sofriam
perseguições e eram expulsos. O Papa proibiu repetidas vezes o comércio de
escravos, mas a voz da Igreja não comovia a dureza dos comerciantes nem das
autoridades.
Durante mais de quarenta
anos, a vida de Pedro Claver foi servir àqueles escravos, cuidando deles, do
físico ao espiritual. Claver fazia de tudo para evangelizar um por um. Por suas
mãos passaram mais de trezentos mil escravos.
No dia 3 de abril de 1622,
Pedro Claver acrescentou aos votos religiosos de sua profissão mais um voto: o
de gastar a vida inteira ao serviço dos negros escravos. Testificando este
voto, escreveu de próprio punho: “para sempre escravo dos negros”.
Vítima da caridade, acabou
morrendo em 1654, com 74 anos de idade e 52 anos de vida religiosa, quando ao
socorrer o Cristo excluído e chagado, pegou uma terrível peste.
Foi declarado pelo Papa Pio
X especial patrono de todas as missões entre os negros.
São Pedro Claver, rogai por
nós!
Referencias Bibliográficas:
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